Homenagem a Rosa Lobato Faria

Se eu morrer de manhã

Se eu morrer de manhã

Abre a janela devagar

E olha com rigor o dia que não tenho.

Não me lamentes.

Eu não me entristeço:

Ter tido a morte é mais do que mereço

Se nem conheço a noite de que venho.

Deixa entrar pela casa um pouco de ar

E um pedaço de céu- o único que sei.

Talvez um pássaro me estenda a asa

Que não saber voar foi sempre a minha lei.

Não busques o meu hálito no espelho.

Não chames o meu nome que eu não venho

E do mistério nada te direi.

Diz que não estou se alguém bater à porta.

Deixa que eu faça o meu papel de morta

pois não estar,

É da morte quanto sei.

Rosa Lobato de Faria

Rosinha estará sempre viva na sua poesia poemas letras de canções e tudo de maravilhoso que nos deixou.

Ana