
INDEPENDÊNCIA
Recuso-me a aceitar o que me derem.
Recuso-me às verdades acabadas;
Recuso-me também às que tiverem
Pousadas no sem-fim as sete espadas.
Recuso-me às espadas que não ferem
E às que ferem por não serem dadas.
Recuso-me aos eus-próprios que vierem
E às almas que já foram conquistadas.
Recuso-me a estar lúcido ou comprado
E a estar sozinho ou estar acompanhado.
Recuso-me a morrer. Recuso a vida.
Recuso-me à inocência e ao pecado
Como a ser livre ou ser predestinado;
Recuso tudo, ó terra dividida!
Jorge de Sena, in 'Coroa da Terra'
1 comentário:
Lindo poema Isa, e tenho a certeza se a Isa o declamasse como tão bem o sabe fazer, ainda seria mais bonito.
Beijinhos e apareça sempre
Paulinha
Enviar um comentário