Recordar as vindimas

Biba,Como nós estamos em sintonia....

Abri o computador para falar sobre as vindimas,e não é que deparo com a tua postagem sobre o mesmo tema?

Mesmo assim vou partilhar recordações de vindimas onde tu amiga Biba tambem viveste comigo a boa disposição e alegria da apanha da uva.

Tive em tempos uma quintinha pequena, na zona do Cartaxo.
Com uma casinha isolada da vila,onde só se ouviam passarinhos e os grilos.

Fazia parte um terreno cheio de arvores de fruta,pessegueiros laranjeiras,ameixoeiras,limoeiros figueiras etc.Tambem tinha uma hortinha,com morangueiros,couves alfaces favas feijão verde etc.
O que eu mais gostava era o jardim na frente cheio de roseiras,jarros malmequeres,e tratar do jardim era o que mais me orgulhava.

Mas a maior extensão de terreno era vinha, que dava muito trabalho tinha de se dar a calda,depois era a poda etc.etc.mas do trabalho da vinha o que eu estava sempre á espera era do mes de Setembro.
E porquê? altura da vindima,era um fim de semana que não vou esquecer.Juntava toda a familia,ainda os meus pais eram vivos, e tal como eu adoravam estar presentes com a sua ajuda,aquele pedacinho de terra era o paraiso para eles que foram criados no campo.

Toda a gente aparecia, cunhados sobrinhos primos filhos amigos vizinhos, e a malta nova amigos dos meus filhos da escola enfim,juntava imensa gente,mas todos começavam bem cedinho a apanhar os cachos reluzentes uns brancos outros tinto,e pelo meio
iamos comendo os bagos tão doces como o mel.

Uns cortavam com as respectivas tesouras da poda, outros carregavam para despejar no tanque da pequena adega que possuiamos junto á casa.Havia anedotas cantilenas e muita alegria.

Começavamos no sabado e terminavamos domingo,parecia que não tinha fim.Chegada a hora do almoço,a fome era tanta e eu passava a manhã a fazer comer com muitas ajudas.Sardinha assada, febras, frangos feijoada bolos sobremesas etc. e de seguida repousavamos á sombra a cavaquear.

Ficava na quinta uma semana porque tinha a uva de ser pisada á moda antiga, e ainda fui algumas vezes para dentro do tanque (mas com os pés bem lavadinhos)normalmente este era trabalho do meu marido e do meu filho.

Depois fica em repouso uns dias e enchem-se as pipas não eram muitas, mas dava para oferecer aos amigos e familia,era mais um desporto e um passatempo.


Boas fotografias que tenho desses tempos,concerteza que a Biba se recorda,com grandes chapeus de palha´á maneira,tudo era artesanal.
Hoje já tudo é feito com tractores e até máquinas para apanhar a uva.
No S. Martinho lá voltavamos para abrir o pipo, e comer a bela castanha assada.
Modestia á parte o nosso vinho saía divinal sem qualquer aditivo,era uma especialidade.

Este pedacinho de terra era o nosso céu aos fins de semana,especialmente para o meu marido,mas exigia muito trabalho e
a nossa vida era noutro sitio, porque ainda trabalhavamos.

A todos os que vivem estas experiencias tradicionais e culturais deixo com esta minha vivencia a minha homenagem.

A ti Biba e ao Domingos que nos deste muito apoio nesses dias com a vossa preciosa ajuda um Bem Haja e diverte-te no Norte.

Bjinho Ana