quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Rústica

Ser a moça mais linda do povoado,
Pisar, sempre contente o mesmo trilho,
Ver descer sobre o ninho aconchegado
A bênção do Senhor em cada filho.
Um vestido de chita bem lavado,
Cheirando a alfazema e a tomilho...
Com o luar matar a sede ao gado,
Dar às pombas o sol num grão de milho.
Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando descer à «terra da verdade»...
Meu Deus, dai-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de Princeza,
E todos os meus reinos de ansiedade.
(Florbela Espanca)

3 comentários:

  1. Gosto imenso da Florbela Espanca, obrigado Isa por esta partilha, este poema também é muito bonito.
    Bjs Paulinha

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  2. Isa,
    Embora dedicado á Biba,e ela irá ficar muito contente, eu tambem o disfrutei e é simplesmente toda a sensibilidade da Isabel partilhada connosco.
    Obrigada por nunca ter desistido em oferecer-nos poemas maravilhosos.
    Bjinho Ana

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  3. Meu Deus que MIMOOOOOOO!
    Este é de ficar de lenço na mão
    Florbela, sempre ela. Como eu me identifico com os seus poemas.
    Só não temos em comum a arte de versejar, mas lá que gostava, gostava
    Um xi coração apertadinho da
    Biba

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